Lija Nogueira de Faria
Sobre a Aura
A aura é uma série de vórtices de energia que se movem rapidamente, e que se situam em certos pontos do corpo. Esses aspectos de há muito são conhecidos, e encontram-se representados, com freqüência, em antigos diagramas, seja do Leste ou do Oeste, em estátuas, entalhes e outros processos. Às vezes – tal como o halo dos santos cristãos ou nas marcas de castra dos hindus – um desses centros é realçado e o demais ficam de fora. Não é absolutamente essencial ser capaz de ver para compreender sua existência, e muitas pessoas se tornam conscientes deles através de suas mãos, quando examinam uma pessoa com um toque extra-sensorial.
Um dos aspectos importantíssimos da aura pelo fato de se estenderem diretamente através tanto da aura interna como da aura ovóide, fazendo vínculos de ligação entre elas, são os chakras, que em sânscrito, significa roda. São órgãos do aspecto psíquico de cada criatura viva, e altamente complexos em estrutura. Ademais, estão intimamente ligados ao mecanismo controlador do corpo denso através do sistema nervoso e das glândulas endócrinas.
Pensamento e sentimento, para não mencionar atividade espiritual mais profunda, estão constantemente refletidos na aura da saúde, que se modifica de momento a momento, conforme o processo mental tem lugar. Os hindus dizem que “Prana segue o pensamento”. Isso é visto, na verdade, como um fato, porque há alteração imediata na aura de saúde conforme a disposição e o pensamento se modificam.
Sobre os Chakras
Os chakras são espirais de energia. Existem sete chakras, principais, no corpo humano,localizados ao longo da coluna vertebral. Assim como o eixo entre os pólos Norte e Sul mantém o equilíbrio de energia do Planeta Terra, o corpo tem um eixo similar, tendo como seus dois pólos o chakra coronário no topo da cabeça e o chakra raiz na base da coluna. Todas as energias, todos os poderes, todas as experiências, são armazenadas entre estes dois centros.
Quando uma criança é criada no útero materno, o chakra coronário é o primeiro a se formar. Os nervos que se ramificam do cérebro formam a coluna vertebral e os demais chakras. Cada chakra tem um som, uma cor, um elemento, uma qualidade e uma forma correspondente.
Ao se formar, cada chakra recebe a energia divina necessária. Isto não que dizer que o último chakra a se formar recebe a energia que sobrou dos demais. Cada chakra é diferente e necessita uma energia diferente para sua formação. Há sempre energia suficiente para a formação de cada um deles.
Esta energia é divina, e se chama Kundalini. Ela repousa adormecida no chakra raiz após sua descida pela coluna vertebral. O Kundalini é a manifestação do poder divino no homem. É uma força espiritual que é a essência de toda a vida.
Quando esta energia é despertada, ela viaja através da coluna, indo de chakra em chakra e limpando-os ao longo do caminho. Quando completa sua subida e penetra no chakra coronário, atingi-se um estado de completa união com toda a criação, a consciência de Deus.
A principal característica da alma é a consciência. A alma, como vida, está “situada no coração, e como consciência racional espiritual, está situada no ponto entre as sobrancelhas”.
A força vital tem sete pontos principais de contato com o corpo físico e são denominados centros.
Estes sete centros de força transmitem a energia da vida, são os agentes da alma, mantêm a existência corporal e iniciam sua atividade.
Os centros de força estão situados ao longo da coluna vertebral e na cabeça e se relacionam com as glândulas.
CENTROS RAIO GLÂNDULAS
Centro Coronário 1º Glândula Pineal
Centro entre as sobrancelhas 2º Corpo Pituitário
Centro Laríngeo 3º Glândula Tireóide
Centro Cardíaco 4º Glândula Timo
Centro do Plexo Solar 5º Pâncreas
Centro Sacro ou sexual 6º Gônadas
Centro da base da coluna vertebral 7º Glândulas Suprarrenais
Os grupos 1, 2, 3 representam um pólo; 5, 6, 7 o outro; enquanto o 4 é o campo que fica entre eles.
Vemos a aura como que feita de sete níveis, ou principais extensões de onda de energia etérica. Desses, os primeiros três estão ligados à atividade psicológica e à espiritual, enquanto os três últimos se relacionam com os processos físicos e químicos do corpo. O quarto nível, ou nível do meio, é um intermediário, e faz a ponte sobre a qual a percepção se movimenta entre o mundo físico, objetivo, e o indivíduo que o habita.
Para tratar convenientemente com o organismo físico, será útil poder falar dos níveis sutis (isto é, 1º , 2º 3º) como éteres vitais, e dos mais densos (5º, 6º 7º) como éteres químicos, ou físico-químicos, separados, e reunidos pelo quarto nível – o do átomo químico. Essa é, também a superfície de contato entre o individuo consciente e seu corpo denso.
Dessa maneira, o homem encarnado vive no corpo físico através de um campo sétuplo de energias inter-relacionadas, das quais três são essencialmente suas e subjetivas, três pertencem ao mundo físico, objetivo, e a do meio, ou quarta, é o vinculo entre as duas primeiras.
No quarto reino, o humano, é a energia do quarto raio que, cooperando com o primeiro raio, finalmente traz a síntese. Há uma estreita relação entre o centro mais elevado, o centro da cabeça, e o centro da base da espinha. Este quarto tipo de energia expressa-se assim em cooperação com o primeiro tipo porque nós ainda somos atlantes na nossa polarização, e aquela civilização foi a quarta na ordem. É principalmente o trabalho feito na quinta civilização, a nossa atual raça ariana, que, em cooperação com o quinto principio da mente, trará uma mudança para um nível mais elevado de consciência. Isto produzirá uma harmonização de todos os centros através de um ato da vontade, intelectual e inteligentemente aplicado, com o objetivo de produzir harmonia.
A Ponte da Consciência
Foi dito acima que há no campo etérico uma camada intermediaria, ou nível, o quarto dos sete tradicionais, que é o elo entre a consciência física e os mundos interiores ou psíquicos. O etérico é, ou deve ser, um todo integrado. A faixa (com tem sido chamada por sua aparência em perfil contra o contorno do corpo) parece ser uma dessas áreas de concentração de energia, e ter uma densidade particular por motivos associados à sua natureza particular. Ao que parece, ela funciona como um reservatório de energia, um lugar onde, sob condições favoráveis, duas ordens principais de vitalidade (prana) se encontram, e de onde a verdadeira energia passa para um estado de suspensão, ou latência, do qual pode ser chamada para a efetividade, quando disso houver necessidade. É como se, encontrando-se, os dois fluxos neutralizassem e cancelassem um ao outro; a energia desaparece, passa, como se pode dizer, para outra dimensão, e, para todos os efeitos, fica fora da visão. Os dois fluxos vêm – um da parte externa do sistema, sendo derivado da terra, do ar, do alimento, etc., e alcançando a camada pelo lado de baixo, enquanto o outro deriva dos aspectos psíquico e espiritual do individuo (seja ele animal ou homem), inserindo-se no nível etérico pela parte de cima.
A outra analogia é a do acumulador elétrico comum. Ele é assim chamado porque (levando em conta o desperdício e as imperfeições) se colocarmos nele um quilowatt de energia elétrica, é possível, a qualquer momento, fechando-se o circuito, retirar novamente aquele quilowatt.
Assim, na quarta camada etérica há reservas de vitalidade. Podemos dizer que as energias da terra e as energias internas, psicoespirituais, representam o positivo e o negativo da eletricidade com o qual o acumulador é carregado, e que agora se faz eletricidade neutra. Então, quando a energia é chamada a agir, por qualquer motivo, ela se separa e de novo funciona como positivo e negativo.
Idealmente, os dois deveriam estar perfeitamente equilibrados, mas na prática tal equilíbrio não é perfeitamente atingido com freqüência, porque o aspecto espiritual do homem pode por longo tempo, fazer-se sentido no mundo físico, e, vindo do interior do individuo, só indiretamente, abastecido e distorcido pela mente. Ademais, vindo do aspecto denso físico, pode haver desequilíbrio como resultado – também pelo uso da mente, em sua possível escolha errada de alimento, condições de vida, etc.
Assim, o nível médio etérico é um elo muitíssimo importante e a barreira através da qual o individuo mantém contatos de dentro para fora e de fora para dentro, entre ele próprio e o mundo físico. Toda a consciência física depende disso, enquanto a natureza e a qualidade de consciência dependem da integridade e da estabilidade da quarta película etérica.
Os centros de força levam energia prânica a cada ponto do corpo, e estão em estreita relação com o sistema nervoso, em suas três divisões: medula espinhal, sistema nervoso autônomo e periférico.
Dos centros de força a energia vital ou prânica é distribuída seguindo sutis linhas denominadas “nadis”, estreitamente relacionadas com os nervos e, ao mesmo tempo, com as artérias, infiltrando-se, aparentemente, no sistema corpóreo.
Esse setenário é um principio da ciência oculta, aplicável a todo o universo conhecido pelo homem. Há, nele, duas tríades reunidas por um único e intermediário nível. O sistema é habitualmente assim exposto:
Dos sete centros, dois estão na cabeça e cinco na coluna vertebral. Os dois centros da cabeça se relacionam diretamente com as faculdades da mente e do movimento. O centro coronário, chamado comumente de lótus de mil pétalas é a corporificação da energia espiritual, manifestada como vontade, mente abstrata, espiritual ou intuição. O centro ajna, ou centro entre as sobrancelhas, diz respeito à mente inferior e à natureza psíquica do organismo integrado, denominado homem, a personalidade.
Os cinco centros da coluna vertebral dizem respeito às diversas atividades do organismo, mediante os quais o homem manifesta seu instinto animal, suas reações emocionas e a intenção de sua vida. Tais centros são em grande parte, dirigidos pela força que entra e sai dos centros da cabeça.
As energias abaixo do diafragma têm que ser elevadas e mescladas com as que se encontram acima.
Estes centros variam em atividade, segundo o estágio de evolução do individuo. Em algumas pessoas certos centros estão “despertos”, e em outras os mesmos podem estar relativamente passivos; e ainda em outras, o centro do plexo solar estará ativo ou predominará, e também em outras o mesmo acontecerá com o centro cardíaco ou com o laríngeo. São poucas as pessoas que têm ativo, hoje, o centro coronário. Falando generalizadamente, nos selvagens e nos pouco evoluídos, os três centos situados abaixo do diafragma (centos da base da coluna vertebral, do sacro e do plexo solar) estão ativos e dominantes, porém os situados acima do diafragma permanecem “adormecidos”. Na humanidade comum, o centro laríngeo está começando a se fazer sentir, estando ainda adormecidos os centros cardíaco e coronário. No ser humano altamente evoluído, no líder da raça, no filosofo intuitivo e no cientista, assim como nos grandes santos, o centro coronário e o cardíaco começam a fazer sentir sua vibração; a prioridade do centro coronário e do cardíaco é determinada pelo tipo de pessoa e pela qualidade da consciência emocional e mental.
De acordo, pois, com o desenvolvimento do homem, estes centros de força se vivificam e predominam e, segundo sua vivência, fazem sentir sua presença junto a diversos tipos de atividades. Os centros abaixo do diafragma comandam a vida física da forma material e a vida psíquica animal, que existem tanto no homem quanto no animal. Os que estão acima do diafragma estão ligados à vida intelectual e espiritual, e produzem as atividades em que o homem demonstra ser diferente e superior ao animal, e que proporcionam sua ascensão na escala da evolução.
Aparentemente surgem três teorias, constituindo uma tríplice hipótese que define o homem como um organismo que manifesta vida, autoconsciência e propósito inteligente.
A primeira é: Como são as glândulas e o sistema nervoso do homem, assim ele é. Seu temperamento, suas qualidades naturais e o manejo inteligente das experiências de sua vida e meio ambiente estão determinados por seu sistema endócrino. Assim pensa o ocidente.
A segunda hipótese é: Como são seus centros assim é o homem. A passividade e a atividade de certos pontos focais de energia, no corpo etérico humano, determinam no homem seu caráter, seu modo de expressão, o tipo e também a posse de seu corpo. Suas atividades no plano físico dependem, por completo, das qualidades da forca que flui por seus centros. Assim pensa o oriente.
A terceira hipótese é: As glândulas, os neurônios e os centros estão condicionados pelo controle ou ausência de controle da alma.
O ocidente oferece, segundo temos visto, seus fatos referentes à estrutura. O mecanismo do homem está determinado por seu sistema endócrino, além do sistema nervoso, o equipamento de resposta. Será que podemos encarar o tema desse ângulo e, atuando sobre as glândulas, produzir a perfeição do corpo humano e conduzir o homem, afinal, até chegar à plena luz da alma? Será que a divindade pode ser desenvolvida por meios físicos? Ou seja, aceitando a posição oriental de que os centros são os meios de expressão da alma e os responsáveis pela construção e controle do corpo por meio do sistema nervoso e das glândulas, poderemos investigar e aplicar um método, reconhecido como perigoso, e atuar diretamente através dos centros sobre os mesmos?
Há um meio pelo qual o homem pode se assegurar de que realmente é uma alma e pode controlar seu instrumento de expressão, quer dizer, a tríplice natureza inferior e todos os estados psíquicos e mentais. Por meio deste método é possível levar a cabo a união da Sabedoria do Oriente e o conhecimento do Ocidente, de modo que fiquem disponíveis os melhores aspectos de cada sistema para todo o gênero humano.
Torna-se prático dar certos passos iniciais, os quais se podem resumir do seguinte modo:
a – o treinamento saudável do corpo físico, utilizando o conhecimento do ocidente, em particular o referente à medicina preventiva, e à saúde geral do sistema endócrino.
b - a compreensão intelectual e aplicação dos fatos básicos da Psicologia moderna, chegando assim a um conhecimento do mecanismo mental, emocional e físico, por cujo meio a alma trata de se expressar.
c – o reconhecimento de que, assim como o corpo físico é um autômato que responde aos desejos e à natureza emocional, e está controlado por eles, de forma análoga estes estados emotivos de consciência – que abarcam desde o amor ao alimento até o amor a Deus – podem ser controlados pela mente racional.
d – do crescimento de tudo isso resultará um estudo das leis da mente e se poderá compreender e utilizar a relação entre a mente e o cérebro.
Quando estes quatro pontos forem bem compreendidos e seus efeitos se fizerem sentir na personalidade do homem, teremos um organismo integrado e coordenado; a estrutura poderá ser, então, considerada apta para ser dirigida pela alma.
Quando ambos os centros estão despertos, temos essas grandes e destacadas personalidades espirituais, que trabalham consagrando seu coração e cérebro, e deixam seu legado no pensamento do mundo.
Isto dar-se-á quando o conhecimento do ocidente se adicionar à sabedoria do oriente e se impuser a técnica da ciência da alma sobre nossos tipos intelectuais ocidentais.
Estas técnicas podem ser classificadas como:
Inofensividade;
Pureza de vida;
Equilíbrio;
Correto controle da força vital, e daí, ação direta da alma sobre o corpo etérico;
Abstração e
Atenção ou concentração.
Meditação é atenção ou concentração prolongada, e proporciona o poder de enfocar a mente na alma e no que diz respeito a esta, daí produzindo mudanças radicais no organismo e corroborando a verdade da afirmação de que “como o homem pensa, assim ele é”.
Contemplação, este ato é seguido pela descida ao cérebro do conhecimento e energia da alma; esta atividade da alma produz o que se chama iluminação: a energização do homem por inteiro e o despertar dos centros com um ritmo apropriado e progressivo.
Esta energia espiritual, conscientemente dirigida, atuando por meio do corpo vital e dos centros, afirma-se, deveria levar o homem material e o sistema endócrino a uma condição de perfeita saúde e, portanto, a possuir um mecanismo perfeito para a expressão da alma. Com respeito a isso, ensina-se que o homem pode alcançar um conhecimento definido da alma e se conhecer como “o Ser mais profundo”, capaz de utilizar seu mecanismo com um fim determinado, e assim atuar como alma.
A elevação da energia do centro sacro para o centro da garganta permitirá uma etapa do nosso desenvolvimento na qual produziremos os filhos de nossas mentes e habilidades. A humanidade hoje está se tornando cada vez mais criativa, pois a transfusão das energias prossegue sob novos impulsos.
Na próxima Era de Aquário, isto prosseguira rapidamente. A maioria das pessoas hoje, vive abaixo do diafragma e suas energias estão voltadas para fora, para o mundo material e prostituídas para fins materiais. Nos próximos séculos isto será corrigido, suas energias serão transmutadas e purificadas, e os homens começarão a viver acima do diafragma. Expressarão, então, as potencias do coração amoroso, da garganta criativa, e a divinamente ordenada vontade da cabeça.
Bibliografia
Alice A. Bailey - Psicologia Esotérica Vol. I
- A Alma e Seus Mecanismos
Annie Besant – O Homem de seus Corpos Ed. Pensamento
Lawrence J. Bendit e Phoebe D. Bendit - O Corpo Etérico do Homem Ed. Pensamento